5Dec 2021
00:00 UTC
#linguistweets
#abralin

Program

5Dec 2021 09:00 UTC Local time *

M-reduplication and Indefinite Pronouns

Alexander Sergienko (HSE University)

In this report I present a strategy of forming indefinite pronouns with the means of m-reduplication, which is attested in several languages of Dagestan.

In some languages of Caucasus indefinite pronouns can be formed by the means of m-reduplication. This function of m-reduplication is different from its use in other languages, where it expresses similative plural.
M-reduplication is a type of echo-reduplication, and it is found in languages as distinct as Turkish, Khalkha Mongolian and Balochi. It is similar to shm-reduplication attested in Yiddish, English and Polish (breakfast-shmreakfast, coffee-shmoffee).
M-reduplication roughly means ‘…and so on’, ‘and other things’. For example, Recep Tayyip Erdoğan famously threatened to ban Twitter in Turkey, calling it ‘Twitter-Mwitter’ (‘Twitter and stuff’, (Armoskaite, Kutlu 2015)).
However, in the Caucasus the very same construction can get a different meaning. In Lezgian one can say ‘someone’ using a word kas-mas, which is a reduplicated form of kas (‘person’). Similarly, the pronoun zat’-mat’ (‘something’) is derived from zat’ (thing).
Similar constructions are found in Dargwa and Tabasaran (kas-mas), Kumyk (gishi-mishi, from gishi – ‘man’).
These instances of m-reduplication are different from ‘usual’ m-reduplication. Firstly, they are very common. Secondly, they are stylistically neutral, while ‘redular’ m-reduplication carries a dismissive meaning. ‘Nominal’ m-reduplication has a similative plural meaning, while the ‘pronominal’ does not. Finally, m-reduplication here changes the lexical category of a word.
Still, despite these differences, it is clear that ‘nominal’ m-reduplication is the diachronic source of ‘pronominal’ m-reduplication. Though its meaning has been radically changed: instead of being a funny way to denote a set of ‘things related to X’ it became a productive process to form indefinite pronouns.

In several languages of Dagestan indefinite pronouns can be formed by reduplication. But it is not just a regular full reduplication, but a specific ‘funny’ one. How did this happen? #linguistweets #TW0900
5Dec 2021 09:15 UTC Local time *

Community access to language archives

Leonore Lukschy (ELDP)

Co-authors: Ilya Khait, Mandana Seyfeddinipur

This paper presents a questionnaire aimed at understanding how best to make materials preserved in digital language archives accessible to the communities whose languages are represented in said archives.

Digital language archives preserve rich materials in endangered or marginalised languages. Technical limitations, interface design, language choices, and other factors, however, often make these recordings difficult to access for members of the very language communities where they originated. This paper presents a questionnaire that aims to understand how language community members use digital media, and what type of archival language materials would be of interest to them. Establishing this will aid in finding better ways to make language recordings in digital language archives findable and usable for the speakers and their descendants. Furthermore the questionnaire will serve as a template for researchers beginning a language documentation project, who want to design their language collections with long-term accessibility to the materials for the community in mind.

Digital language archives contain resources in and on hundreds of languages - but how accessible are these materials to the communities signing, speaking or whistling those languages? #linguistweets #TW0915 https://t.co/3QtYy5BX6D 👈 paper with references & links to questionnaire https://t.co/wwsfji72Nv
5Dec 2021 09:30 UTC Local time *

Is structural language preserved in dementia?

Olga Ivanova (University of Salamanca)

I discuss the possibility of applying corpus annotation for detecting morphological and syntactic deviations in oral production of speakers at different stages of dementia. Based on corpus CORDEM, I argue that structural levels of language may undergo qualitatively specific dementia-driven changes.

Structural language knowledge -mainly morphology and syntax- is systematically argued to be preserved during the course of Alzheimer’s disease (AD). Against impaired semantic and lexical knowledge, and important dementia-related shifts in acoustic phonetics, structural language levels are usually defined as unimpaired until severe stages of dementia.

Based on a multidisciplinary approach to language assessment, including corpus analysis and discourse analysis, we propose a methodological revision of approaches to studying structural language knowledge as candidates to dementia-driven language changes. In this work we discuss the possibility of applying discourse annotation for detecting morphological and syntactic deviations in oral production of speakers at different stages of dementia (early AD, moderate AD and severe AD) in order to show how qualitative approaches can reveal structural changes during cognitive impairment. Furthermore, we show how such structural changes can be classified into dementia-related and healthy-aging-related traits by using an annotation system we developed for our corpus CORDEM (Annotated corpus of oral speech production in MCI and AD for European Spanish language).

Our main findings prove that structural levels of language may undergo dementia-driven changes, like spontaneous production of inflectional mistakes, lack of syntagma agreement, omission of referents or systematic failure to process complex and subordinate clauses. In view of these results, we discuss how these changes may be discriminated from parallel phenomena occurring in healthy aging, and how an annotated corpus approach we undertake can help in such discrimination.

Speakers with Alzheimer’s disease (AD) show specific lexical-semantic impairment (e.g., “fruits” are lost, but “animals” persist), & discriminant acoustic variation. Against this, structural levels (morphology & syntax) are usually argued to be preserved. #linguistweets #TW0930
5Dec 2021 09:45 UTC Local time *

Autoavaliação e autonomia no ensino remoto de PLE

Gabriela Viol (UFRJ)

Co-authors: Danúsia Torres dos Santos, Raquel de Lima Correia, Valquíria Fasano Pacheco

O objetivo deste trabalho foi descrever os desafios enfrentados durante a transposição, de um curso de extensão de Português Língua Estrangeira (PLE).

Diante da conjuntura de pandemia no ano de 2020, várias atividades sociais passaram por adaptações, e a educação, nos seus diversos níveis de ensino, foi uma das áreas mais atingidas. O objetivo deste trabalho foi descrever os desafios enfrentados durante a transposição, de um curso de extensão de Português Língua Estrangeira (PLE), do ensino presencial para o remoto. Diante desse novo contexto, repensar o processo de ensino-aprendizagem de línguas tornou-se compulsório, tanto para a equipe docente quanto para os alunos. Desse modo, este trabalho refletiu sobre i) os papéis de professores e alunos na modalidade remota de ensino; ii) a importância redobrada da autonomia da aprendizagem nesse contexto; iii) a autoavaliação como caminho para favorecer o desenvolvimento dessa autonomia; e iv) a possível interferência das emoções no ensino-aprendizagem de línguas. Sendo de natureza qualitativa, esta pesquisa baseou-se nos pressupostos metodológicos da pesquisa-ação. Buscamos compreender melhor os impactos do momento pandêmico no ensino por meio de nossa observação-participante e reflexão constante, considerando, também, a visão dos alunos sobre o desenvolvimento do curso. Para tanto, foram analisadas as atividades desenvolvidas em plataformas digitais, como as autoavaliações, nas quais os alunos refletiram sobre seus processos de aprendizagem, por meio de narrativas orais e escritas. Como base teórica, utilizamos, principalmente, os conceitos de avaliação formativa, entendendo a função da avaliação no ensino como um processo, o qual foca no desenvolvimento das habilidades do aluno (BROWN, 2006), não pretendendo apenas a definição de uma nota escolar (LUCKESI, 2014); autoavaliação, considerando esse processo como uma etapa voluntária e consciente por parte do aluno para aprimorar o seu aprendizado (RÉGNIER, 2002); e autonomia, compreendendo que o protagonismo do aluno na aprendizagem é fundamental para que este processo seja efetivo (HENRI HOLEC, 1981). A partir da análise dos dados, percebemos que houve mudança no papel do professor, que deixou de ser visto como protagonista no processo de ensino-aprendizagem, e do aluno, que passou a ser mais agentivo, desenvolvendo sua autonomia. Sob uma perspectiva comparativa, alguns alunos relataram como um aspecto desfavorável, no ensino remoto, a diminuição da interação entre eles e a falta do “olho no olho” que acontece no contato presencial. Todavia, notamos que os estudantes colaboradores desta pesquisa se mostraram, em sua maioria, adaptados ao novo modelo de ensino, relatando não terem tido grandes dificuldades em lidar com as plataformas utilizadas. Desse modo, podemos afirmar que os desafios aqui analisados _ a avaliação formativa, a autoavaliação e o desenvolvimento da autonomia de alunos e professores _ alguns já emergentes no presencial, tornaram-se aprendizados no remoto e, com certeza, serão considerados, de forma mais consistente, quando o curso for novamente ofertado na modalidade presencial.

Como a pandemia afetou os diferentes níveis de ensino no ano de 2020? Apresentaremos os desafios enfrentados por um curso de extensão de Português Língua Estrangeira (PLE), principalmente com relação aos conceitos de autonomia e autoavaliação. #linguistweets #TW0945 https://t.co/mGG9PNOMN6
5Dec 2021 10:00 UTC Local time *

“Educação (não) é essencial”: discursos sobre a volta do ensino presencial

Cristiane Brito (UFU)

Co-author: Mateus Mariano Duarte Marques

Analisaremos discursos sobre a volta do ensino presencial em 2021, em uma conta do Instagram. Interessam-nos enunciados sobre a pandemia, a educação básica, professores e alunos que vêm à tona nesse movimento enunciativo e funcionam pelo silenciamento das desigualdades sociais e pela legitimação de uma lógica econômica capitalista.

Este trabalho tem por objetivo analisar discursos que circularam em uma conta do Instagram criada para apoiar o movimento de defesa da volta ao ensino presencial em 2021. Que dizeres são possíveis ao se enunciar sobre o retorno da aulas presenciais em uma rede social? Que imagens sobre a pandemia, a educação básica, professores e alunos são produzidas nesse movimento enunciativo? Esses são alguns dos questionamentos que nos propomos a pensar a partir dos pressupostos teórico-metodológicos da Análise do Discurso pecheutiana e da Análise Dialógica do Discurso, tendo em vista que as práticas linguísticas ensejam efeitos de verdade por meio da articulação língua-história-sentido-ideologia. Pautamo-nos ainda nas considerações de Dardot e Laval (2016) e Laval (2019) sobre o funcionamento do neoliberalismo enquanto racionalidade que forja subjetividades e se espraia para todos as esferas da vida social de modo a instaurar uma visão empresarial de escola. Em termos metodológicos, buscamos, nas materialidades linguístico-imagéticas, regularidades enunciativas que (des)velem o jogo de paráfrase e polissemia em que o intradiscurso e o interdiscurso se imbricam nos processos de significação. Nossas análises apontam que os enunciados produzidos no referido Instagram colocam em cena vozes em embate, as quais se inscrevem no: i) discurso do abandono; ii) discurso da essencialidade da educação; iii) discurso informacional; e iv) discurso da (des)igualdade das profissões. Tais discursos, que aqui separamos por razões didáticas, produzem efeitos de caos, desamparo, autoridade, culpabilização dos profissionais da educação, banalização dos riscos da pandemia, dentre outros. Trata-se de uma discursividade que desarranja sentidos estabilizados sócio-historicamente, a partir do imbricamento de interdiscursividades pedagógica e neoliberal, que, por sua vez, funcionam pelo silenciamento/apagamento das desigualdades sociais e pela legitimação de uma lógica econômica capitalista.

#linguistweets #TW1000 1/6 Que sentidos são possíveis ao se enunciar sobre o retorno das aulas presenciais na escola pública no Instagram? Que representações sobre a pandemia, a educação básica, professores e alunos são produzidas nesse movimento enunciativo? @mqmariano_
5Dec 2021 10:15 UTC Local time *

Condicionantes extralinguísticos de /S/ em coda silábica do Centro-Sul da Bahia

Lorena Cristina Ribeiro Nascimento (UFBA)

Co-author: Jacyra Mota (UFBA)

A pesquisa “Condicionantes extralinguísticos de /S/ em coda silábica no Centro-Sul da Bahia” tem por objetivo investigar quais são os fatores sociais que influenciam na pronúncia da consoante fricativa em final de silábica em municípios documentados pelo Projeto Atlas Linguístico do Brasil.

A pesquisa de título “Condicionantes extralinguísticos de /S/ em coda silábica no Centro-Sul da Bahia”, é um recorte da tese de doutorado (ainda em processo de produção) até então intitulada: “A variação de /S/ em coda silábica na Bahia” e tem por objetivo investigar quais são os fatores sociais (ou extralinguísticos) que favorecem ou não a pronúncia da consoante fricativa /S/ em posição de coda silábica (em final e meio de palavra), como sibilante ou chiante em municípios que fazem parte da mesorregião Centro-Sul do estado da Bahia. As considerações do trabalho em questão têm base nas teorias da Sociolinguística e da Dialetologia. O trabalho foi realizado a partir de dados do Projeto Atlas Linguístico do Brasil (ALiB), projeto que, baseado nos parâmetros da Dialetologia Pluridimensional, documentou em cada localidade do interior, 04 falantes com escolaridade fundamental, homens e mulheres em igual número, estratificados também quanto a duas faixas etárias: a primeira, registra falantes de 18 a 30 anos e segunda faixa etária documenta informações de pessoas que têm 50 a 65 anos. Na mesorregião selecionada para esse recorte, são considerados os municípios: Seabra, Jequié, Caetité, Vitória da Conquista e Itapetinga. Nesse estudo, para a constituição do corpus, foram observadas todas as respostas válidas dos informantes ao Questionário Fonético-Fonológico e ao Questinário Semântico-Lexical do projeto ALiB. Quanto à metodologia: seguindo o modelo teórico-metodológico da Sociolinguística Variacionista/Quantitativa, após a audição e transcrição das entrevistas (que têm duração média de três horas), foi efetuada a codificação dos dados encontrados, e, então, foi realizada a verificação estatística destes através do pacote de programas GoldVarb X. A partir dos resultados encontrados na análise desse recorte da tese em andamento, é possível confirmar a hipótese de que os falantes das localidades da mesorregião Centro-Sul do estado da Bahia utilizam com maior frequência o /S/ em coda silábica como fricativa dentoalveolar em lugar da pronúncia da consoante como fricativa alveolopalatal. Isso é possível confirmar ao observarmos os resultados obtidos nos municípios Caetité e Vitória da Conquista, que apontam o uso da fricativa sibilante em 98.6% dos casos. Apesar de estar evidente, em menor frequência, o /S/ alveopalatal chama atenção por estar presente, na maioria dos casos, na fala de informantes masculinos e de indivíduos da faixa etária II, o que pode ser interpretado como indício de uma mudança em curso, nessa área, implementada, principalmente, pelas mulheres.

Estou participando I conferência internacional de linguística no Twitter, e nos tweets abaixo irei apresentar brevemente um recorte da minha pesquisa de doutorado intitulado "CONDICIONANTES EXTRALINGUÍSTICOS DE /S/ EM CODA SILÁBICA NO CENTRO-SUL DA BAHIA" #linguistweets #TW1015
5Dec 2021 10:30 UTC Local time *

A pragmatic study of research Partners webpages

Daniel Pascual (University of Zaragoza)

In the Partners webpages of international research project websites, research members are introduced and made visible. The pragmatic analysis of the EUROPROwebs corpus with NVivo12 shows salient strategies to present them and a clear rhetorical structure to design these webpages.

International research groups seek for accountability of the public expenditure they receive from external bodies when communicating the progress and outcomes of their projects. Likewise, they aim to foster the visibility of both the scientific knowledge they produce and the research group they conform, for which they employ digital settings. Research project websites have settled as a venue for them to spread their ongoing investigations and try to increase the transfer and impact of their results. In promoting the quality of their projects and engaging potentially interested users, members of the project consortium are explicitly introduced, and their participation in the investigation is carefully justified. This is the communicative purpose of Partners sections within research project websites, as they involve the description of project members and their professional and sociocultural background, as well as of their role in the research undertaken. Hence, this paper analyses the Partners web sections contained in the EUROPRO digital corpus, which looks into the digital practices endorsed by European research projects participating in the Horizon2020 framework and includes 30 research project websites and 20 Twitter accounts. A self-designed taxonomy of pragmatic strategies is provided from the data-driven exploration and revision of the corpus to cater for researchers’ intentions when communicating their projects to the public. Web-generated texts building the Partners sections were coded for the inclusion of such taxonomy of pragmatic strategies using the software NVivo 12. An intra-coder reliability test was carried out to minimise potential subjectivity in the analysis. Findings show that two pragmatic strategies primarily permeate such texts: “Disclosing factual information about researchers” and “Highlighting members’ contributions to the project”. Various, different strategies, with lower frequency in the corpus, are recurrently deployed within each of these, and contribute to their overriding pragmatic intents (e.g. “Underlining relevance through figures” for the former; “Reporting on research procedure” for the latter). A resulting pattern has been sketched, in which prototypical combinations of pragmatic strategies yield a rhetorical structure that helps convey research groups’ communicative purposes when presenting their project members. Other strategies, such as “Making information visually salient” and “Offering contacts for information”, consistently appear across partners’ descriptions and are therefore more flexible in this rhetorical sequence. Overall, this pragmatic, data-driven analysis offers an innovative perspective into research groups’ discursive practices in online settings. The identification of prominent pragmatic strategies and a consistent rhetorical structure may inform future researchers of the digital discursive trends in the dissemination of project information, specifically when introducing project partners.

#linguistweets #TW1030 My study analyses Partners sections in international @HorizonEU research project websites, which host diverse complex webpages within (About, News, Partners) & have 4 main goals: 1⃣Accountability 2⃣Knowledge dissemination 3⃣Visibility 4⃣Transfer of results https://t.co/jxtfK18AG9
5Dec 2021 10:45 UTC Local time *

Non-weird experimental fieldwork

Marcus Maia (UFRJ)

It is our goal to call the attention of practitioners of experimental fieldwork in non-W.E.I.R.D. populations (not Western, educated, industrialized, rich and democratic) to the importance of making adjustments to face the challenges involved in ‘‘taking the lab to the field.

The communication reviews aspects of four decades of fieldwork with the Javae ́ and the Karaja peoples of Central Brazil in order to offer methodological and epistemological reflections on the relatively new endeavour which has been termed as experimental fieldwork. It is our objective to call the attention of present and future practioners of exper- imental fieldwork in non-W.E.I.R.D. populations (not Western, educated, industrialized, rich and demo- cratic) to the importance of making epistemological and methodological adjustments to face the challenges involved in ‘‘taking the lab to the field’’

@linguistweets #linguistweets #TW1045 Is psycholinguistics and cognitive Science in general actually meeting the goal of analyzing language processes and the mind?
5Dec 2021 11:00 UTC Local time *

Vozes e poder no telejornal: o funcionamento do discurso reportado no JN da Rede Globo

Esta apresentação trará algumas reflexões sobre vozes e poder no telejornalismo, com base num estudo de caso, uma notícia do Jornal Nacional do Grupo Globo. A questão central é sobre o poder do editor e dos jornalistas na construção da notícia, constituída majoritariamente por meio de discursos reportados.

Este artigo se propõe a apresentar algumas reflexões sobre vozes e poder no telejornalismo, com base num estudo de caso, uma notícia do Jornal Nacional do Grupo Globo. A questão central é sobre o poder do editor e dos jornalistas na construção da notícia, constituída majoritariamente por meio de discursos reportados. No telejornal analisado, as formas de inserção do heterodiscurso são pouco diversificadas e aparentemente neutras: o discurso citante do editor e apresentador chama a jornalista que introduz outras vozes – fragmentos de entrevista, de declarações oficiais, de testemunhos, na forma de citação direta ou indireta. A estratégia é não usar formas linguísticas que mostrem explicitamente seus pontos de vista. No entanto, as vozes selecionadas servem para ilustrar e acentuar os pontos de vista velados da empresa e dos seus profissionais, funcionando como argumento de autoridade. Dessa forma, a TV Globo exerce seu poder manipulando o grande público, pouco atento a essa estratégia, que faz crer que a notícia do Jornal Nacional é neutra e detentora de verdade.

#linguisticstweets #TW0800 O artigo Vozes e poder no telejornal: o funcionamento do discurso reportado no Jornal Nacional da Rede Globo mostra o poder do editor e apresentador do telejornal, por meio da orquestração de vozes que reiteram o ponto de vista velado da empresa. +
5Dec 2021 11:15 UTC Local time *

Verbos transitivos indiretos também formam passivas

Thaís Bechir (UFMG)

Ao contrário do que é tradicionalmente concebido, certos VTI também formam passivas, o que os aproxima dos VTD. Observamos que os VTI e os VTD possuem mais semelhanças que diferenças, podendo ser agrupados conjuntamente com base em seu comportamento sintático-semântico comum.

Os verbos transitivos indiretos (VTI) do português brasileiro (PB) são tradicionalmente caracterizados na literatura pela impossibilidade de formar passivas, sendo esta formação considerada possível apenas para verbos transitivos diretos (VTD) (KURY, 2000; GODOY, 2008; BECHARA, 2009, entre outros). Assim, VTI e VTD têm sido vistos sob a ótica de suas diferenças, sendo classificados separadamente. No entanto, encontramos dados do PB que refutam empiricamente a postulação de que os VTI não aceitam a voz passiva, como o verbo “pisar”, levantando um problema para sua caracterização. Diante deste problema, tomamos como nosso objeto de estudo os VTI do PB que passivizam e hipotetizamos que os VTI e os VTD possuem mais semelhanças do que diferenças, não pertencendo a classes diferentes em uma classificação semântico-lexical. Coletamos 70 VTI dinâmicos PB a partir do Dicionário de Borba (1990). Esses verbos foram analisados por meio da aplicação de testes sintáticos e semânticos de gramaticalidade e pela busca de suas construções relevantes em corpora. Adotamos a Semântica Lexical (FILLMORE, 1970) para a análise sintático-semântica de nossos dados, mas tratamos sua categorização de forma mais flexível, à luz da Teoria de Protótipos (LAKOFF, 1970). Verificamos que, dos 70 VTI analisados, um total de 37 verbos aceitam voz passiva (53%) – a maioria. Além disso, descobrimos que o comportamento dos VTI que passivizam, como o verbo “pisar”, se assemelha ao comportamento dos VTD que passivizam, como o verbo “pisotear”, uma vez que atestamos que eles possuem os mesmos componentes de sentido e licenciam as mesmas construções sintáticas. A única diferença entre eles está relacionada à presença/ausência de preposição em suas estruturas sintáticas, mas não encontramos evidências de que isso seja relevante gramaticalmente. Tendo em vista os dados de passiva com VTI, propomos uma mudança de perspectiva para explicar seu comportamento. Assumimos a posição de desvincular a passivização do tipo de construção da transitividade, considerando que ela não tem relação unívoca com a transitividade. Além disso, sugerimos uma aproximação entre os VTI e os VTD, propondo que eles podem ser classificados em conjunto a partir de uma visão de protótipos. Concluímos que, como hipotetizamos, os VTI e os VTD do PB têm mais semelhanças que diferenças, pelo menos no caso daqueles que passivam. Analisá-los conjuntamente traz uma maior capacidade de generalizar verbos que possuem um comportamento semelhante.

#linguistweets #TW1115 Nas gramáticas, materiais didáticos (e por toda a internet), os verbos transitivos indiretos (VTI) são considerados muito diferentes dos verbos transitivos diretos (VTD) por não formarem passivas. Mas e se eu te disser que não é bem assim? Segue a thread! https://t.co/atMW7BB6H4
5Dec 2021 11:30 UTC Local time *

Diagnosing Unpossessives: Partitive POSS.3SG

Stiopa Mikhailov (HSE University)

In this talk I will argue that the Northern Khanty POSS.3SG used in partitive contexts is actually an independent—unpossessive—marker which is distinguished from the proper POSS.3SG by its morphosyntax and semantics. It looks like a POSS.3SG, but it does not function like one.

The Northern Khanty third person singular possessive suffix -əλ [POSS.3SG] apart from its typical possessive function (1) also appears in contexts where an entity is mentioned that is part of a contextually given group of entities (2).
(1) λʉw kătˊ-eλ moś-λ
(s)he cat-POSS.3SG purr-NPST[3SG]
‘His/her cat purrs’.
(2) Context: — How can I help you? — See the two cups on the table?
i an-əλ mij-e
one cup-POSS.3SG give-IMP.SG.SG
‘Give me a cup [one of these]’.
In this talk I will argue that in (2) a different, independent marker is used which is distinguished from the proper possessive by its morphosyntax and semantics. It looks like a proper possessive, but it does not function like one.
This particular unpossessive — a marker homonymous with, but independent from some possessive — appears specifically in contexts like (2) marking partitivity, so one may reasonably call it an (unpossessive) partitive article.
Unlike a proper possessive (1), it does not admit an explicit possessor. Thus, adding a personal pronoun possessor to a partitive marked noun phrase (NP) yields a possessive interpretation (3).
(3) #λʉw i an-əλ / i λʉw an-əλ mij-e
(s)he one cup-POSS.3SG / one (s)he cup-POSS.3SG give-IMP.SG.SG
‘Give me one of his cups’.
Intended: [same as (2)].
Unlike a proper possessive which indexes the person-number features of the possessor, the partitive article is not consistent in person-number features with its antecedent (“possessor”) NP. Thus, it looks like a POSS.3SG even with a plural antecedent (2) (and the expected POSS.3DU or POSS.3PL are infelicitous in (2)).
One may retort that such disagreement is due to the marker agreeing with a “plurality as a single entity”, but evidence from other anaphoric expressions of Northern Khanty speaks against this hypothesis. It appears from the field texts available to me and from my own elicited examples, that no other anaphoric expression of Northern Khanty admits such disagreement in number in similar contexts.
To take a minimal pair, the anaphoric demonstrative śit [DEM] must still be marked plural in this context, since it refers to a plurality of cups from the preceding context (4).
(4) Context: [same as (2)].
a. #śit-en mij-e
DEM-POSS.2SG дать-IMP.SG.SG
Intended: give me these [cups].
b. śit-ŋəλ-an mij-a-λi
DEM-DU-POSS.2SG дать-IMP-NSG.OBJ
‘Give me these [cups]’.
I take these arguments as showing that the partitive article should indeed be diagnosed “unpossessive” — a marker that is homonymous with, but independent from some possessive — in this case the POSS.3SG. (In the talk I will also consider contexts like (2) with an animate antecedent and like (4) with a personal pronoun.)
Similar arguments can be (and, in fact, have been) put forth for other Uralic languages with a partitive POSS.3SG, as well as, most likely, for multiple other cases of extended, non-possessive uses of possessive markers elsewhere.

You are more than entitled not to know what the word #unpossessive means. It is a new word and an ugly word, and perhaps it does not mean anything very much. But at any rate there is one thing in its favor, it is not a profound word #linguistweets #TW1130 https://t.co/C2jXQ1wWKI
5Dec 2021 11:45 UTC Local time *

(Open) Science and its communication for Linguistics

Pedro Ricardo Bin (UFSC)

Co-authors: Pietra, Cassol Rigatti (UFSC), Mailce, Borges Mota (UFSC)

(Open) Science and its communication for Linguistics

Language is a complex cognitive capacity. This capacity is intrinsically connected with what makes us humans: communication with our peers, creation and consolidation of cultural practices, and support of high cognitive processes, for example. Due to its significance in our life, research on Linguistics needs to be transparently conducted and comprehensively communicated to the public. Therefore, our objective is to highlight the importance of open science and the communication of Linguistics. Open science is a term which describes a series of propositions on the adoption of new practices to create and disseminate scientific knowledge. Along with claims on the adoption of more open, transparent, and reproducible practices in research, there are proposals on the need of making science comprehensible for a wider audience. One main possibility of making scientific discoveries more accessible is through science communication, which is the practice of comprehensively sharing and promoting the scientific enterprise (e.g., its ideas, methods, and results) to experts and non-expert audiences. This practice has positive effects on the exchange of research results for the scientific community and the general public. These effects are related to the fact that science is part of human cultures and it can impact everyone’s lives. Thus, in democratic societies, it is paramount that the public comprehends the scientific enterprise in order to (i) make sense of its effects on social progress, (ii) get informed about decisions involving science, (iii) support public funding for research projects, and (iv) promote good scientific practices. Today science and its communication are being reshaped by the infrastructure provided by the web and the claims of open science. This change is also happening in Linguistics. There are researchers studying how open science practices of transparency, rigor, and reproducibility can be adapted to research on human language. Moreover, through social and digital media, for example, many areas of language studies are being made known in Brazil in the last few years. There are YouTube channels, Instagram pages, Twitter accounts and many blogs focused on communicating topics related to linguistics and spreading the importance of studying how people understand and produce language in all its modalities. This is why we argue that (open) science and its communication in Linguistics go hand in hand. In the scope of open science, there is the responsibility of researchers on disseminating the knowledge produced in the language sciences comprehensively to expert and non-experts audiences.

Is there a relation between #OpenScience and the communication of research on #Linguistics? Yes, there is! Follow our thread to better understand this claim. 1/6 #linguistweets #TW1145