5Dec 2022
06:30 UTC
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Program

5Dec 2022 12:00 UTC Local time *

A UNIÃO FAZ A FORÇA: UMA ANÁLISE SOBRE A COMPREENSÃO DE PROVÉRBIOS E AS SUAS DIMENSÕES

Caroline G. Ferrari (Universidade Federal do Rio Grande do Sul)

Neste trabalho, analisamos a forma como mapeamentos conceituais metafóricos e metonímicos são reconhecidos como parte do significado de provérbios em Português Brasileiro. Para isso, uma tarefa psicolinguística foi conduzida, baseada em seis provérbios que compõem um instrumento de compreensão de linguagem figurada.

Neste trabalho, analisamos a forma como mapeamentos conceituais metafóricos e metonímicos são reconhecidos como parte do significado de provérbios em Português Brasileiro. Sob a perspectiva da Linguística Cognitiva, provérbios são um fenômeno linguístico, cognitivo e cultural. Além disso, são considerados um fenômeno complexo, que consiste de frases fixas que contém morais e crenças sociais, como parte do conhecimento cultural de uma comunidade. Considerando sua estrutura interna, provérbios podem ser motivados por mapeamentos conceituais metafóricos e metonímicos, que são parcialmente responsáveis por estabelecer o significado dos provérbios (GIBBS; BEITEL, 1996; LAKOFF; TURNER, 1989). Para analisar os mapeamentos conceituais em provérbios, uma tarefa psicolinguística foi conduzida, baseada em seis provérbios que compõem um instrumento de compreensão de linguagem figurada em Português Brasileiro. Primeiramente, analisamos os provérbios e sugerimos seus mapeamentos conceituais subjacentes. Na maioria dos provérbios, foram encontrados mapeamentos metafóricos primários, complexos e metonímicos. Baseados no pressuposto de que mapeamentos complexos são mais difíceis de serem percebidos em comparação a outros, delineamos uma tarefa para verificar como as pessoas reconhecem os mapeamentos como parte da estrutura dos provérbios. Por hipótese, mapeamentos metafóricos primários e metonímicos seriam melhor compreendidos do que mapeamentos metafóricos complexos. Para verificar nossa hipótese, 112 adultos do estado do Rio Grande do Sul participaram do estudo e responderam à tarefa. Em um primeiro momento, os participantes foram questionados sobre a familiaridade e o sentido dos provérbios. Após, os participantes respondiam às questões sobre a percepção dos mapeamentos conceituais. Os resultados encontrados sugerem que todos os itens foram altamente compreendidos e altamente familiares para a amostra. Os mapeamentos
metafóricos e metonímicos subjacentes aos provérbios também foram altamente reconhecidos e associados ao sentido dos provérbios. Conforme nossas hipóteses, mapeamentos complexos foram menos reconhecidos do que mapeamentos primários e metonímicos. Analisando as respostas das questões sobre o sentido dos provérbios, muitos mapeamentos puderam ser identificados, correspondendo aos mapeamentos subjacentes aos provérbios. Com tais resultados, verificamos que mapeamentos subjacentes podem ser identificados e relacionados ao sentido dos provérbios quando as pessoas são incitadas a isso, corroborando a hipótese de que mapeamentos conceituais podem compor, parcialmente, o significado de um provérbio.

Você já parou para pensar nas partes que compõem uma expressão não literal como um provérbio? Não? Então segue a thread e confere como as pessoas costumam avaliar porções menores de sentido em seis provérbios populares do português brasileiro! #linguistweets #linguisTW1200
5Dec 2022 12:30 UTC Local time *

A história do pensamento linguístico no Brasil: é possível periodizar?

Leonardo F. Kaltner (Universidade Federal Fluminense )

Co-author: Melyssa Cardozo Silva dos Santos

A história do pensamento linguístico no Brasil pode ser periodizada? Apresentamos um protótipo de modelo de periodização didático, que vai do século XVI a nossos dias, pelos fundamentos da Historiografia da Linguística. Debatemos essa periodização, em limites e possibilidadades.

Na apresentação, discutimos um modelo teórico para a periodização da história do pensamento linguístico no Brasil, pelo modelo teórico-metodológico de Pierre Swiggers (2012; 2019; BATISTA, 2019). Nossa proposta, ainda em fase de desenvolvimento (KALTNER, 2022), é vincular a história do pensamento linguístico no Brasil à história institucional, em que houve três grandes modelos administrativos específicos: a colônia, o Império e a República. Essas mudanças institucionais teriam se relacionado a três momentos também no desenvolvimento da história do pensamento linguístico: um período missionário, um período secular e um período científico, segundo o modelo teórico ainda em desenvolvimento. A principal característica de cada período da história do pensamento linguístico no Brasil é a predominância de determinadas correntes de pensamento (SWIGGERS, 2013), assim exemplificaremos a descrição do pensamento linguístico com o período missionário, no Brasil. Especificamente, nos deteremos na América portuguesa quinhentista, em que temos a Arte de gramática da língua mais usada na costa do Brasil (ANCHIETA, 1595), como a primeira gramática do período missionário. A gramática de Anchieta, no modelo de gramática missionária (ZWARTJES, 2011), é um morfótipo textual de seu contexto. Em nossa análise da gramática, buscaremos demonstrar como duas correntes de pensamento europeias podem ter influído na redação da obra: o Humanismo renascentista português e a Segunda Escolástica, que caracterizaram essa primeira etapa da história do pensamento linguístico no Brasil.

A Historiografia da Linguística (HL) tem como objeto de estudos a história do pensamento linguístico (linguistic thought), conforme Swiggers (2013). Entre os objetivos da HL está a periodização da história do pensamento #linguistweets #linguisTW1230
5Dec 2022 12:45 UTC Local time *

(Des)territorializando o Círculo Mágico: Subjetividade gamer e transperiferia em um bairro do Rio de Janeiro

Rodrigo Costa (Universidade Federal Fluminense)

O projeto parte da pergunta: como a subjetividade gamer é construída linguisticamente dentro das relações cotidianas? Minha pesquisa estuda os discursos no terceiro espaço entre virtual e analógico criado pelos games, adotando uma perspectiva da Linguística Aplicada para entender a relação entre subjetividade e território.

O projeto parte da pergunta: como a subjetividade gamer é construída linguisticamente dentro das relações cotidianas? Como resposta a este questionamento, proponho a análise dos encontros entre as várias vozes que ocorrem nas narrativas de experiência com tecnologias. Por uma perspectiva crítica, essas biografias podem informar sobre os usos socioculturais dos jogos digitais. Estes usos o resultado da utilização das tecnologias como mediadoras de relações das mais diversas. Diferentes jogadores terão experiências distintas com diferentes jogos. A subjetividade gamer, aqui entendida como um processo, é resultado destas experiências com mídias nos mais diversos espaços. Presto maior atenção a esses espaços que enquadram e posicionam a subjetividade, dialogando com as perspectivas da sociolinguística da globalização. Em consonância com a perspectiva da Linguística Aplicada, escolho o paradigma de pesquisa qualitativo-interpretativista, que se foca em entender os fenômenos estudados por uma perspectiva intersubjetiva. A pesquisa é dividida em três etapas: é primeiramente construída a biografia do pesquisador. Depois, serão conduzidas entrevistas com os participantes, para construir suas biografias. Finalmente, será conduzida uma etnografia de ambientes virtuais frequentados pelos participantes. Cooperando para a diminuição da lacuna nos estudos sobre linguagem e games, minha pesquisa estuda os discursos no terceiro espaço entre digital e analógico criado pelos games, uma mídia que movimenta um capital enorme no mundo afora, enquanto atrai mais interesse no Brasil.

Como a subjetividade é construída linguisticamente dentro das relações cotidianas com jogos digitais? Para responder essa questão, analiso os encontros entre as várias vozes que ocorrem nas narrativas de experiência com tecnologias #linguistweets #linguisTW1245
5Dec 2022 13:00 UTC Local time *

Saindo das bolhas de pós-verdade: ética da informação para fluência digital e combate às fake news

Jaqueline Lé (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia)

Co-authors: Ana Elisa Ribeiro, Úrsula Cunha Anacleto

Este trabalho aborda o fenômeno da desinformação na cibercultura, considerando a relevância do combate às fake news na formação do leitor. Partimos dos conceitos de bolha e pós-verdade e, ainda, da necessidade de uma curadoria da ética do discurso na esfera pública digital.

Este trabalho pretende abordar o fenômeno da desinformação na cibercultura na perspectiva dos multiletramentos, considerando a relevância do combate às fake news no processo de formação do leitor. Com base em Ferrari (2018, 2020) e Santaella (2018, 2021), partimos do conceito de “bolhas” e “pós-verdade” para explicar um dos aspectos distópicos do surgimento das redes: a rápida disseminação de conteúdos falsos. Na contramão desse fenômeno, encontra-se estratégia de distanciamento do leitor da sua “bolha de informação”, o que lhe permitirá uma compreensão textual/discursiva associada a fatos reais, objetivos, e não propriamente ao seu sistema de crenças e emoções. Entendemos, aqui, que o processo de formação do leitor na cultura digital passa, necessariamente, pela formação de um cidadão mídia-ativo, capaz não só de checar as informações, mas também de compreendê-las, para assim atuar criticamente na realidade que o cerca.

Quais os efeitos da desinformação na cibercultura e como ela atua no processo de formação do leitor? A partir do conceito de “bolha de pós-verdade”, podemos destacar um dos aspectos distópicos das redes: a disseminação de fake news. #linguistweets #linguisTW1300
5Dec 2022 13:30 UTC Local time *

A QUESTÃO DA (IM)PESSOALIDADE E DA RESPONSABILIDADE ÉTICA EM ENUNCIADOS INSTITUCIONAIS NO INSTAGRAM: UM ESTUDO DIALÓGICO EM PERFIS DE EMPRESAS DE STREAMING NO BRASIL

Carolina Teixeira (Universidade Federal De São Paulo)

Nesta pesquisa, analisamos a tensão entre sujeito discursivo e pessoa enunciativa nas textualidades nos perfis, no Instagram, dos principais streamings no Brasil. Nos apoiamos na base teórica do Círculo Bakhtin-Medviédev-Volóchinov, Benveniste (1978) e a questão da condição pós-moderna em Dufour (2005) e Lyotard (2020).

O objetivo da pesquisa foi de identificar e descrever as relações dialógicas a partir das quais a organização enunciativa das empresas de streaming projeta, no funcionamento discursivo, a responsabilidade. Para tanto, o corpus está delimitado pelos perfis, no Instagram, das principais empresas de streaming no Brasil, sendo elas: @telecine, @hbobr, @primevideobr, @globoplay e @netflixbrasil. A pesquisa está amparada no que se tem chamado Análise Dialógica do Discurso, apoiada no pensamento do Círculo Bakhtin-Medviédev-Volóchinov, e é dividida em três etapas. A primeira, teoriza a respeito da pessoa enunciativa e do sujeito discursivo na condição pós-moderna
(DUFOUR, 2005; LYOTARD, 2020). A segunda consiste na construção do corpus, apresentando a categorização linguístico-discursiva da multimaterial manifestação de pessoa nos enunciados dos streamings no Instagram, e o método descritivo-analítico-interpretativo. A terceira é a realização investigativa a partir do método na busca por alcançar o objetivo proposto para a dissertação. Conclui-se que, materialmente, as textualidades que circulam no perfil no Instagram das empresas de streaming tendem à apresentação dialogal, com marcas de oralidade e de informalidade. Todavia, dialogicamente, encadeiam-se a partir do discurso ultraliberal, de maneira que o funcionamento enunciativo se pauta pela assimilação de valores em detrimento da reelaboração e reacentuação. Isso revela que, no jogo entre pessoas enunciativas e sujeitos discursivos, os enunciados institucionais provocam certo esvaziamento da responsabilidade ética na plataforma interacional do Instagram e, assim, promovem a monologia. A presente pesquisa é relevante para os estudos dialógicos, pois cumpre o desafio reconhecido por Bakhtin de considerar a importância da articulação entre o linguístico e o que se chama de metalinguístico – tratados na dissertação pelo dialogal e o dialógico, respectivamente – e, assim, tratar de dimensões semânticas instaladas na
interseção dos grande e pequeno tempos. O trabalho ainda constrói um método de análise para mostrar como a apropriação exotópica, na atualidade, do pensamento bakhtiniano contribui para compreensão de processos verboideológicos que interpelam as sociedades permeadas por redes sociais digitais. Para a situação histórica contemporânea, a relevância está na descrição de processos estruturantes – e, portanto, em primeira instância não disponíveis à negociação – recorrentes na interação do cotidiano. Ao descrevê-los, esta dissertação abre espaço para reflexão e eventual reacentuação dos valores neles implicados. No âmbito da pesquisa, o que é estruturante no fenômeno social é reposicionado como objeto enunciativo e, assim, disponibilizado para possível negociação.

Já observou como as textualidades dos #streamings no Instagram são ‘amigáveis’?! As redes sociais digitais parecem autorizar este tipo de relação. Mas, como fica a tensão entre a pessoas enunciativa e o sujeito discursivo nestas textualidades? #linguistweets #linguisTW1330 1/6
5Dec 2022 13:45 UTC Local time *

ALGUNS ASPECTOS DA SEMÂNTICA E DA PRAGMÁTICA NA COMPREENSÃO DE METÁFORAS NO PB: UM ESTUDO EXPERIMENTAL

Gladiston-Silva (Universidade Federal Fluminense)

Neste estudo, apresentam-se evidências da relevância do tópico e do determinante para a metáfora. ‘A minha mulher é fera’ difere de ‘a minha sogra é fera’ como apontam os alunos do Campus Sertão da UFS no experimento realizado a partir da teoria de Lakoff e Johnson (1980).

No português brasileiro (PB), alguns veículos metafóricos têm um comportamento que difere da convencionalidade esperada. Entretanto, nesses casos, o contexto pode fazer com que haja a recuperação do significado metafórico convencionalizado para aquela palavra específica ou, ao mesmo tempo, é esse contexto que vai acarretar no distanciamento entre o significado convencional e o significado sinalizado pela pragmática. Assim, a frase ‘a minha sogra é cobra’ pode significar, sem qualquer contexto, que estamos falando de alguém que possui má índole’, enquanto que, a depender do contexto, esta mesma frase pode significar que estamos diante de alguém que possui excelência na execução de suas atividades. Este trabalho, com o olhar voltado para a semântica e a pragmática de Grice (1975), tem o objetivo de analisar alguns aspectos semântico-pragmáticos presentes no processamento psicolinguístico de metáforas, como por exemplo, o tópico de uma expressão metafórica que pode influenciar na significação de uma expressão, fazendo com que o veículo metafórico se comporte a partir do tópico, recebendo suas características para, então, dar os contornos do significado metafórico da frase. Esse fato difere da literatura que sustenta que o veículo metafórico tem exclusividade na forma de interpretação de uma expressão metafórica. Essas são algumas das questões que se buscaram responder com esse trabalho a partir de dois blocos de experimentos produzidos, levando em consideração a teoria de Lakoff e Johnson (2002 [1980]). Os resultados dos experimentos podem ser comparados com os dados produzidos por Ricci (2016) e apontam para as diferenças de interpretações com a presença e sem a presença do contexto e, também, para a força que o tópico pode exercer sobre o veículo metafórico.

#linguistweets #linguisTW134 1/6 A #Semântica e a #Pragmática estão presentes neste estudo sobre a compreensão de metáforas no PB. Elas indicam que o #VeículoMetafórico não possui exclusividade nesse processo e, também, apontam para a relevância do determinante da expressão.
5Dec 2022 14:00 UTC Local time *

Optimal categorisation: tracking change in endangered languages

Alexandra Grandison (University of Surrey)

Co-authors: Michael Franjieh, Greville G. Corbett

Languages categorise nouns in very different ways. One example is possessive classifier systems, which we are investigating in six endangered Oceanic languages. Our psycholinguistic experiments have revealed several new classifiers not previously documented, as well as considerable inter-speaker variation.

Languages are vastly different. One example of striking variation is the way that languages categorise nouns. Ukrainian assigns its nouns to one of three genders, while Fula has twenty different genders, and Finnish operates without gender. To a native Finnish (or English) speaker, gender is baffling. Yet over 40% of the world’s languages make use of such systems of nominal categorisation (Corbett 2005). In the Oceanic languages spoken in the South Pacific, nominal categorisation manifests itself in a very different way — through possessive classifiers. When a person uses a possessive pronoun, i.e., ‘my’ or ‘yours’, they must evaluate the possessed item in terms of how they interact with it. A special classifier word is used — so speakers have to say: ‘my FOOD yam’ or ‘your DRINK water’, where FOOD and DRINK are the possessive classifiers. Typically, these classifiers are not like a fixed grammatical gender system in Ukrainian where ‘water’ is always feminine. If the possessor drinks their water, then the DRINK classifier is used; whereas if they wash with it, then a different classifier, such as the GENERAL classifier, is used.

These possessive classifier systems are relatively rare. They are intriguing, and many of the languages that have them are endangered, with speaker populations between 400 and 6000. To learn more about these systems we are comparing possessive classifiers in six Oceanic languages: Merei, Lewo, Vatlongos, North Ambrym (Vanuatu), Nêlêmwa and Iaai (New Caledonia). Each has a different set of classifiers, from a simple two-way distinction (Merei) up to a more complex inventory of 23 (Iaai). We have designed a novel suite of psycholinguistic experiments to compare these different systems, making significant discoveries about their differences and about how free categorisation can turn into rigid classification. This sheds light on the origin of gender systems, and the very nature of gender in terms of how humans categorise entities within the world. This is helping us to reveal how the mind codifies human experience, and how language contributes to this fundamental process.

We are tracking language use on the ground, in the moment, and are uncovering both predicted and surprising findings (see e.g., Grandison et al., 2021). Strikingly, the results from our free-listing, card sorting, video vignette, possessive labelling, eye-tracking and storyboard experiments show that there is considerable inter-speaker variation in the use of classifiers. Whilst there is some evidence for an increase in the use of the GENERAL classifier over more semantically precise classifiers, we are also revealing the existence of several new classifiers, not previously documented. For example, in Iaai, a language formally recognised as having 23 classifiers, we see use of at least an additional 11. This demonstrates again the productive and dynamic nature of language. What is not yet clear is how consistent and widespread the use of these new classifiers is and the impact of their usage on cognition. We will discuss this intriguing emergence and how our work is addressing these questions.

#linguistweets Language reflects our experience of the world, and different languages categorise nouns in diverse ways. In Vanuatu and New Caledonia, special classifier words are used, e.g., 'my FOOD yam' or 'your DRINK water', where FOOD and DRINK are possessive classifiers.
5Dec 2022 14:15 UTC Local time *

Personal references in research project blogs: Constructing an institutional authorial voice and engaging audiences

Daniel Pascual (University of Zaragoza)

International research groups tend to host blogs in their project websites, where they use self-mentions to convey their authorial voice and personal references to engage the audience. In a sample of 170 posts, I analyse the saliency of these metadiscursive features, and how they help build a multi-faceted identity for the project.

Digital communication plays a fundamental role in the current practices of researches to share their knowledge production and promote scientific dissemination (Lorés and Diani 2021; Mur-Dueñas and Lorés 2022). This is also the case of international research groups, made up of members coming from various institutions and bringing diverse professional backgrounds, who normally get involved on large-scale projects thanks to the public expenditure granted by funding institutions. Among their digital practices, the design of a website for such projects is essential, and serves as a space to construct an identity and share the evolution of their work. Research project websites usually feature in their menus About, Partners, News and Publications sections, and it is often the case that they also comprise a Blog section. Scientific and research blogs have been long now investigated as a popular object of inquiry in specialized communication (e.g. Mauranen 2013; Kuteeva 2016; Luzón 2013, 2018; Freddi 2019). However, not much research has been undertaken on their specific use in the context of international research projects. The objective of this paper then is to analyse the personal references employed by research groups in this particular web section, their project blogs, and the implications of how these choices affect the construction of their authorial voice and the extent to which the audience is engaged.
The sample of blogs scrutinized has been filtered from the EUROPRO Digital Database (Pascual, Mur-Dueñas and Lorés 2020), which contains 100 websites held by Horizon2020 research projects. In total, 17 websites included a blog section. Ten posts were collected out of each blog, resulting in 170 texts. Relying on frameworks of metadiscourse (Hyland 2005; Mur-Dueñas 2011) and interpersonality and authorial voice (Hyland 2002, Lorés-Sanz, Mur-Dueñas and Lafuente-Millán 2010; Lorés-Sanz and Herrando-Rodrigo 2020) personal references (both the use of self-mentions and proper names and second person references) are analyzed using the AntConc software, in order to observe their strategic use in the discourse of these blogs. Findings indicate that the use of self-mentions in project blogs leads to building an institutional identity, which also displays communal traits, over the members’ individual identities. The project name is used as a self-representation mechanism, but personal pronouns are much more frequent than in other webs sections. Results also hint at a great use of inclusive references (we) to make the audience feel involved and establish common knowledge, as well as direct references (you) to call users’ attention and guide them both through the text and the research of the project. Overall, the study contributes to understanding researchers’ digital practices and shedding light into on how linguistic choices influence both the construction of their authorial voice and the attempt to establish bridges with the audience for the communication of their international research projects.

#linguistweets #linguisTW1415 Research project websites (RPWs) serve to host data about research groups' work in sections like 'About', 'Partners' & 'News'. But RPWs also feature 'Blogs' to share more info with users. Which are the features of these blogs? Follow this thread 👇
5Dec 2022 14:30 UTC Local time *

ReINVenTA – Research and Innovation Network for Visual and Textual Analysis of Multimodal Objects

Tiago Torrent (Federal University of Juiz de Fora)

Co-authors: Adriana Silvina Pagano, Igor Antônio Lourenço da Silva, Wladmir Cardoso Brandão, Flávia Affonso Mayer, Natália Sathler Sigiliano, Aline Alves Fonseca, Ely Edison da Silva Matos, Frederico Belcavello Guedes, Helen Andrade de Abreu, Fernanda Campos, Regina Maciel, Victor Ströele Menezes, José Maria David, Marcelo Moreno, André Coneglian, Fábio Alves da Silva Jr., Evandro Landulfo Cunha, Maucha Andrade Gamonal Wagner Meira Jr., Marcelo Barros Custódio, Arthur Lorenzi Almeida, Natália Duarte Marção, Mairon Morelli Samagaio, Lívia Vicente Dutra, Kícila Ferreguetti de Oliveira, Letícia Grossi Dornelas, Débora Soares de Souza

ReINVenTA é uma rede de pesquisa em processamento semântico computacional de objetos multimodais que se dedica a construir e avaliar um modelo computacional de representação de objetos como programas de TV e pareamentos de imagens estáticas e texto através da Semântica de Frames.

We introduce ReINVenTA – Research and Innovation Network for Visual and Textual Analysis of Multimodal Objects –, an inter-institutional research network funded by FAPEMIG and CNPq. ReINVenTA focuses on the computational semantic processing of multimodal objects (i.e. composed of communicative modes such as verbal language, gestures, video that interact to produce meaning). To this end, it mobilizes laboratories and research groups with expertise in Model Development for Natural Language Understanding, Artificial Intelligence, Knowledge Discovery, and Assistive Technologies. More specifically, ReINVenTA investigates applications of the FrameNet semantic-computational model to the semantic representation of multimodal objects. The methodology used is the constitution of a semantically annotated dataset and the training of AI models on this dataset. In this sense, this approach is based on the premise that, just as words can evoke frames, so can other semiotic elements. Therefore, the semantic-computational representation of multimodal genres is the result of intricate and complex intersemiotic relations. The dataset will be composed of image-caption pairings, TV shows and movies with audio description features. Both visual and verbal language modalities – including the audio description – will be annotated for semantic frames and the semantic representations for each modality will be contrasted. Moreover, eye-tracking experiments will be conducted to validate the relevance of the image annotation in terms of the viewers’ attention to specific regions of the images. FrameNet Brasil has been developing, in recent years, the analytical criteria and the software tools that allow for the extension of the FrameNet model to multimodal genre analysis. The combination of the expertise of researchers and lab infrastructure located at five Brazilian universities – UFJF, UFMG, UFU, PUC-MG and UFPB – will result in: (i) the expansion of FrameNet coverage for Brazilian Portuguese; (ii) the production of a gold standard dataset of multimodal objects annotated for semantic frames and psycholinguistically validated using eye-tracking; (iii) the development of AI algorithms for automatic semantic role labeling and knowledge discovery in multimodal objects; and (iv) the proposition of best practices for audio description of videos.

Have you considered how you correlate what you see and hear when watching TV?👀👂🔄🧠What if you want to train a computer to do part of that job: finding meaning correlations between image and language. That's the research problem ReINVenTA tackles. #linguistweets #linguisTW1430
5Dec 2022 14:45 UTC Local time *

Análisis de un caso de abuso de autoridad policial durante la pandemia Covid19 en Argentina

Alicia Eugenia Carrizo (Universidad de Buenos Aires)

El objetivo es analizar una situación de conflicto policial que involucra a una familia durante la pandemia Covid19. Enfocaremos los recursos que acompañan el proceso de vulneración de persona en situaciones violentas desde el análisis argumentativo con perspectiva interaccional.

El objetivo del trabajo es analizar una situación de conflicto policial que involucra a una familia con un retén durante la vigencia de las medidas de restricción a la libre circulación dictadas durante la pandemia Covid19. Un agente de policía en el límite interprovincial entre Tucumán y Santiago del Estero en el norte de Argentina, le prohibió el paso a la familia Jiménez porque la ambulancia en la que viajaban no contaba con una autorización que pedía el Comité Provincial de Emergencia. Abigail Jiménez era una niña 12 años que en ese momento tenía la pierna vendada por un tumor. Los padres discuten con el policía, pero no logran destrabar la situación. El padre entonces decide cruzar la ruta caminado con su hija en brazos aún cuando el policía trata de interponerse. Al día siguiente, la madre publica el video en Facebook, la situación se viraliza en las redes sociales y alcanza difusión nacional. La niña falleció dos meses después del incidente.
Enfocaremos, en especial, los recursos lingüísticos e interactivos que acompañan el proceso de vulneración de persona que se genera en situaciones violentas en el marco del análisis argumentativo con perspectiva estratégica e interaccional (Carrizo, 2019; 2021; Goffman, 1981; van Eemeren, Grootendorst y Henkemann, 2006). El corpus del trabajo es la grabación de la situación del día 17 de noviembre 2020 que se difundió en los medios de comunicación. Los resultados iniciales muestran que el intercambio rompe el proceso de coconstrucción propia de la actividad de coordinación inherente a la actividad conversacional. La aparición de una respuesta no preferida acompaña la confrontación argumentada (Jackson y Jacobs, 1982). Observamos movimientos de footing (Goffman, 1981) por parte de los participantes, entre los que se destaca el paso del tuteo al voseo que hace la madre (no tenés corazón hermano). El movimiento marca una diferencia sustancial en la gestión del conflicto, al redefinir la identidad social de los participantes (de policía a ser humano) y la relación en el posicionamiento de los interlocutores. La variación estilística (hermano) define una negociación implícita y persuasiva. Luego de esta intervención, el policía redefine su alineamiento (si se quieren ir / ya son grandes señores /vayansé), usa la justificación para mantener la autoridad al dar orden (invoca una condición preparatoria) sin violar la norma.
La situación no se resuelve y da paso al abuso policial. La relación de poder despareja agrava la arbitrariedad de la postura del policía que se suma al entorno medioambiental agobiante y a la enfermedad terminal de la niña. Las condiciones contextuales restringen las opciones discursivas disponibles a la hora de argumentar que se manifiestan en el recorte del registro del padre producto del estrés de la situación. Pragmáticamente, el padre va de la sorpresa (habían pasado esa misma mañana), a la incomprensión (cómo lo puedo tener aquí, /ieno de moscas (0.1), /cómo lo puedo tener,/ =[A usted le parece?]) y la indignación (aquí en Termas me hacen problema). Al final, termina optando por una acción sin contenido verbal pero significativamente poderosa: cruza caminando el límite jurisdiccional con su hija en brazos. El conflicto se cristaliza, cada uno mantiene su posición. El fracaso en llegar a una resolución consensuada del conflicto, a pesar del intercambio de argumentos, deviene en violencia. Ambas partes protegen sus propias imágenes sociales. El padre logra sacar a su hija del entorno agobiante sin violar el protocolo del COE provincial y el policía mantiene el rol de guardián del orden público. Si bien el comportamiento del policía expresa la falta de recursos emocionales personales para comprender el dolor y la desesperación de la niña y de la familia, da cuenta de hasta qué punto las restricciones de derechos por la pandemia configuraron un contexto social habilitador de violencia institucional. Entonces, si bien queda claro que el agente no actúa por propia iniciativa al invocar una norma de emergencia, es el responsable moral de aplicarla en esa situación concreta. En resumen, las medidas de emergencia agudizaron la vulnerabilidad sociosanitaria de amplios sectores de la población que incrementó su dependencia del Estado.

"Le dije que grabe lo que me estaba haciendo porque no es la primera vez que me pasa". Abigail Jiménez era una paciente oncológica de 12 años que recibía cuidados paliativos lejos de su casa. Durante la pandemia un policía les prohíbe el paso. #linguistweets #linguisTW1445